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  • Foto do escritorBe Melo

Carta Para A Minha Cidade

Atualizado: 9 de set. de 2020

São Paulo,

Famosa Sampa,

Depois de passar por você

Não há quem diga o contrário

Uma cidade difícil de esquecer

Quem sai, pensa sempre em voltar

Mesmo que não seja pra ficar

Nem que seja apenas para passear

Sua diversidade é sem igual

Capital heterogênea

Das cores, dos sabores e das canções

Do samba de roda à música clássica no Municipal

Do Centro de Convenções Nordestinas ao Centro Cultural

Todos são bem-vindos

Os paulistanos não fazem distinção

Me sinto tão bem

Que já até me acostumei

A te chamar de minha cidade

MINHA cidade

Não tem nada a ver com propriedade

É questão de identidade

Tem tudo a ver com sentir-se parte

E é assim que me sinto:

Parte de você!

Um pedacinho da sua calçada

Uma pitada de seriedade

Um drink colorido do Terraço Itália

Capital urbana

Não para nem de madrugada

Suas antenas e arranha céus são mara!

Pena não ser igualitária

De baixo da ponte à cobertura

Dos jardins à periferia

Do terno à bermuda de tactel

Do chinelo à bolsa Channel

Do JK à Galeria do Rock

Sem dúvidas existe amor em SP

Mas por aqui múltiplas realidades se vê

É triste dizer que o peso no peito

De outrora, compadecido com quem na rua mora

Hoje só por dentro chora

E não arrisca mais dar o que chamam de esmola


Tomara que um dia você seja

Unida pela diferença

Sem o contraste

Da desigualdade

Que atropela a cidade

Onde o céu dos helicópteros

Não avista quem suplica por comida, olhando pra cima

Sobrevoa os lares de telha e reclama da condição alheia

Ouvi Caetano cantar

No Centro da cidade passei a trabalhar

E finalmente entendi.

O que não pude prever

E sequer imaginava existir

Alguma coisa realmente acontece no coração

Ao cruzar a Ipiranga e Avenida São João


(Beatriz Melo)

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